terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Crescer é o desejo de quem não conhece (...)


Acordei sobressaltada com um grande barulho, mais uma vez voltei a esquecer-me de fechar a janela e o vento começou a fazer-se sentir lá fora. Dei por mim sentada na cama a tentar relembrar o que passava na minha cabeça à 5 minutos atrás, onde o meu cérebro adormecido dava lugar para a minha imaginação criar. Quase que consigo adivinhar: estava a sonhar contigo. - Começa a tornar-se demasiada rotineira a maneira como os sonhos são ocupados por ti e por ela, por aquele e por aquela, por esta e por este (...) começo a sentir o coração a apertar e o peso das responsabilidades começa a cair fortemente sobre mim, as decisões começam a traçar o meu futuro, as escolhas obrigam-me a abdicar de uma parte das coisas que até então eram minhas sem grande esforço, a saudade começa a tornar-se um sentimento meu conhecido e o mundo, bem, esse começa a descobrir os meus defeitos enquanto eu arrisco em explorá-lo. Consigo sentir o meu corpo a tremer, o arrependimento é a pior sensação do mundo, no entanto, iria arrepender-me de não ter arriscado. Infeliz é a minha consciência por ter a plena noção de que houve erros em que eu não aprendi por opção, por saber que houve pessoas que me vão fazer falta mas das quais abdiquei (...) acredito que ela sofra mais que o meu próprio coração. Encurralei-me a mim própria, deixei que me destruíssem, caí e fracassei, mas de tanto cair eu já me sei levantar (...) - voltei a deitar-me sobre a almofada já arrefecida (...) - o meu mundo não acaba aqui, o meu mundo acaba quando eu acabar, afinal de contas, ter vida é fácil, mas viver? Será assim tão simples? Será que todos o fazem? - fechei os olhos e adormeci.


« O homem de lata não sabia a sorte que tinha,
 por não ter coração (...) »

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