Sinceramente começo a ficar com medo de isto se tornar uma rotina. Todas as noites se repete (...) o céu escurece e mais uma vez torna-se estrelado. Fecho a porta do quarto para me sentir só a mim e a ti, deito todo o meu corpo brutalmente sobre os lençóis suaves e frios da cama, olho pela janela entreaberta e observo a lua, o quanto ela brilha, brilha tanto como o teu olhar brilhava para mim, vejo nela todos os nossos momentos como se ela fosse um livro de memórias. O silêncio que se mantêm dentro das quatro paredes direcciona todos os meus pensamentos para ti (...) questiono-me vezes sem conta se teria mesmo que ser assim, « porquê? porquê nós? », garantiste-me tantas vezes que eu era diferente, juras-te tantas vezes que precisavas de mim, que me amavas, que era para sempre (...) promessas. Sim, hoje não passam de promessas, promessas que não cumpriste deixando-me aqui, assim, sozinha, sentada em cima da cama, olhando para a lua, tentando falar com ela pensando que tu me ouves e deixando delicadamente cada lágrima que nasce nos meus olhos correr o meu rosto e morrer na almofada que mantenho entre os braços como se fosses tu, « tinha mesmo de ser assim? », preciso de ti, aqui e agora, preciso do teu carinho e não das palavras frias que me dizes nos últimos tempos com tanta convicção que fazes com que atravessem todo o meu coração fazendo as lágrimas escorrer com maior intensidade (...) deito-me enroscando-me toda e agarrando com toda a força a tua foto que mantenho bem perto de mim, bem presa na minha mão « fica comigo ».
Fecho os olhos, « será o fim? » (...) a lua perde o brilho tal como todas as estrelas e até o teu olhar, fazendo assim com que me resuma apenas à minha perfeita escuridão: « Até amanhã, princesa ».
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