«Acho que o meu erro foi transbordar demais aquele amor, tê-lo vivido com toda aquela intensidade, afogado-me. Amei nós os dois sozinha e tu nem te importaste com isso.»
Às
vezes ainda tenho saudades tuas. Quer dizer, eu não me sentiria desta forma se
as coisas decorressem de outra maneira. Tu já estarias aqui, ias abraçar-me e
dar-me a mão com força. Garantir que eu não chorava mais e que nada me faria
mal.
Recordo-me
de quando era tão inocente, as palavras da minha mãe que sei de cor, “não
prometas o que não vais cumprir”. Deveria a tua mãe ter-te demonstrado a vida
da mesma forma. Foram tantas, considero inúmeras as promessas que quebrámos,
quantas delas me obrigaste a quebrar, quantas delas quebraste sem pedir
permissão, e quantas autorizas-te que o tempo quebrasse… Não te culpo pelas
falhas, somente por aquilo que deixas-te ir.
Eu
tive tanto receio de coisas simples, eu protegia-nos de tanta coisa, e nem se
quer pensei em proteger-nos daquilo que aparentemente seria o mais inofensivo,
mas que foi a razão que nos levou a tudo isto. Eu não posso julgar um ser
inanimado, não posso acusá-lo de tudo o que não fomos, mas ele podia tirar-te
de mim, fazer a parte dele de alguma forma, remediar a dor que certamente, nem
se recorda que deixou. Este
tempo que passa e só leva o melhor que tenho, ele pode ser tão cruel por vezes.
Pela
bilionésima vez, eu questiono-me se pensas em mim, mesmo que seja unicamente
metade das vezes que penso em ti. Se te lembras de nós, apenas um terço das vezes
que me lembro. E se sentes saudades dos nossos beijos tal como eu.
Tu
já não és o meu amor, mas és toda a minha história.