domingo, 4 de setembro de 2011

Chega !



Corri o corredor com grande velocidade não deixando que ninguém me confrontasse com uma única palavra, sem deixar que ninguém questiona-se as lágrimas que me escorriam pelo rosto, entrei e fechei a porta do quarto com toda força que encontrei na raiva que corria dentro de mim. Encostei-me sobre a porta fria e dura e fiz todo o meu corpo escorregar por ela (...) As tuas palavras continuam a ecoar na minha cabeça « para mim chega ! ». O meu corpo treme de pensar em voltar a olhar-te nos olhos, o meu corpo desfalece quando ouve a expressão « melhor amigo » (...)  « havia necessidade disto? » Todo o meu ser questionou a sinceridade das tuas palavras, « é mesmo isto que queres? » (...) as lágrimas escorrem cada vez mais abundantemente, consigo ver de uma forma distorcida as manchas que deixam na madeira castanha clara do chão (...) começo a ouvir passos, alguém me tenta chamar do outro lado da porta, à alguém preocupado com os meus soluços e tu (?) tu não sentes a dor que percorre o meu coração (?) Consigo sentir o meu corpo a ferver de toda a raiva que percorre os meus vasos sanguíneos, consigo perceber que não era isto que estava nos meus planos, revolta-me a maneira como me iludis-te e volto a nadar em lágrimas (...) Grito em tom de desespero e com bastante convicção « ACABOU ! ». Abro a porta do quarto, tenho um abraço à minha espera, envolvo-me naqueles braços que me compreendem sem palavras e me fazem sentir protegida e vagarosamente sussurro « obrigada ». A tua imagem roda sobre a minha cabeça, deito-me sobre a almofada e todo o teu EU quer reinar dentro de mim, os minutos não passam e o sono teima em não chegar « eu não sou de ferro, não tenho que levar com isto, eu mereço mais, eu dei tanto por ti, isto não é justo, não é mesmo, não mereces nada, mais nada meu ! », as lágrimas voltam a saltar dos olhos e rapidamente faço por enxagua-las, « não vou chorar mais, não por ti, não mereces », fecho os olhos com toda a força do mundo « saí de mim ! deixa-me ser feliz como nunca me fizeste ! ». Subitamente o sono aparece, e agora eu vou viajar para o meu mundo, « até amanhã, inferno (...) » !

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